segunda-feira, 25 de maio de 2009

Produção de aves caipiras e desenvolvimento de feno de plantas da caatinga para alimentação de gados é destaque no estande da Emparn



Estande da Emparn chama atenção por trabalhos e pesquisas desenvolvidos para o campo

O estande da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), montando na 36º Exposição Agropecuário do Seridó chamou atenção por duas coisas. Primeiro pela produção de aves caipiras Isa-label, desenvolvido a partir de tecnologias da própria empresa que revelaram boa produtividade em matéria de carne e ovos, com a vantagem da rusticidade da galinha caipira. Segundo pelas pesquisas desenvolvidas em torno da alimentação bovina e caprina através de feno de maniçoba, feno de leucena e feno triturado de catingueira, três plantas características da caatinga.

Entre as linhagens de aves caipiras trabalhadas pela Emparn está a ISA LABEL, que é uma linhagem francesa adaptada às condições do Estado do Rio Grande do Norte. A boa produtividade é uma das vantagens que apresenta em relação à caipira comum. Segundo o Gerente da Emparn Caicó, José Augusto Filho a ave caipira produzida aqui na região tem mais valor no mercado que os produzidos em granjas industriais. São produtos de alto valor protéico, orgânico, produzidos naturalmente, “A ave caipira tradicional ela é pouco produtiva, e essa ave, é uma ave melhorada com todas as condições da região, ela produz mais que as outras” diz. A ave caipira ISA LABEL tem gerado resultados surpreendentes com uma demanda muito grande em relação à pequena produção, mas com números satisfatórios para a empresa. Por semana são gerados 4 mil pintos e todas as aves são destinadas para a venda no RN e outros estados, como Pernambuco e Paraíba.

Nas pesquisas desenvolvidas em torno da alimentação bovina, há um destaque tecnológico muito grande para a região do Seridó. A alimentação através da folhas de plantas de maniçoba, leucena e catigueira. Os números em torno do valor protéico dessas plantas são uma verdadeira revolução de descoberta. O gerente da Emparn Caicó, José augusto filho fala que os reflexos da alimentação através do feno manifestam-se principalmente no ganho de peso, na secreção do leite, no trabalho muscular e na acumulação de gordura.

No Nordeste do Brasil, notadamente na região semi-árida, são notórios os problemas alimentares dos pequenos animais, especialmente nos períodos prolongados de seca. Embora as pastagens nativas sejam abundantes e de alto valor nutritivo nas épocas chuvosas, as incertezas climáticas e os ciclos efêmeros da vegetação exigem a suplementação dos animais para que eles possam sobreviver e produzir satisfatoriamente. A fenação é um processo simples e econômico, sendo assim uma saída de custo inferior para os agropecuaristas da região do Seridó e, é vista como uma solução para os criadores. Entretanto, pelas facilidades nos processos de produção e armazenamento, bem como pela sua qualidade nutricional, a administração de feno é uma das alternativas mais viáveis para os sistemas de produção nordestinos. O feno é obtido mediante a exposição ao sol e ao ar da planta cortada, que sofre dessecação lenta e parcial.

O Gerente diz que muitos produtores não utilizam do feno das plantas por motivos culturais e preferem investir em ração de trigo comprada, “é cultural, o pessoal não adota a tecnologia, ou o novo por falta de conhecimentos, preferem comprar ração, simplesmente não acreditam que pode ser uma boa alternativa de alimentação para os animais”.

As áreas de atuação da Emparn são: Pesquisa, Desenvolvimento Rural, Profissionalização rural e Difusão de Tecnologia.

Ivanilson Barros Júnior